Maçonaria: Preconceito, Intolerância e Ignorância

Neste artigo de nosso portal Brasil Maçonaria, vamos falar de como o preconceito e intolerância estiveram presentes na história da maçonaria no Brasil desdes os mais primórdios anos de nosso império.

Maçonaria proibida no Brasil

Em 25 de março de 1823, o Apostolado aprovou o projeto da Constituição Brasileira. Porém, no dia 23 de julho, o Apostolado é violentamente fechado.

Enfim, o imperador estava determinado a impedir o surgimento de qualquer associação clandestina, já que em 20 de outubro, as sociedades secretas do Brasil foram proibidas, sob pena de morte ou exílio.

A coisa continuava complicada em 13 de janeiro de 1825, quando o Maçom e Frei Joaquim do Amor Divino Caneca foi fuzilado no Recife.

Preconceito na Maçonaria
O fuzilamento de Frei Caneca, no Recife, era um indício claro de que o certo às Sociedades Secretas no Brasil era intenso


As Lojas brasileiras permaneceram fechadas durante todo o resto do Primeiro Império e só ressurgiriam durante o movimento que levo o imperador a abdicar em favor de seu filho D. Pedro II, em 7 de abril de 1831 - quando partiu para retomar o trono português que estava em poder de seu irmão dom Miguel, e acabou sendo coroado D. Pedro IV de Portugal.

Antes disso, porém, deve ser registrado que, em 1828, foi fundada no Rio a primeira Loja sob o Rito Escocês Antigo Aceito, que hoje é seguido por mais de 90% da Maçonaria brasileira.

Porém, no que diz respeito ás manifestações mais importantes, a Maçonaria brasileira voltou à carga em 1830, com a criação do Grande Oriente Nacional Brasileir

o, também conhecido como Grande Oriente da Rua de Santo Antônio e, posteriormente, Grande Oriente do Passeio (nomes que se referiam aos locais onde a entidade se instalou, no Rio de Janeiro).

Este, efetivamente, só viria a ser instalado em 24 de junho de 1831, quando passou a se denominar apenas Grande Oriente Brasileiro.

Ignorância com Maçonaria
Preconceito com Maçonaria




















Nicolau Pereira de Campos Vergueiro (que mais tarde foi homenageado, dando nome à rua Senador Vergueiro no Rio de Janeiro) e José Clemente Pereira, uma das principais lideranças maçônicas na época da independência


Formada pelas Lojas União, Vigilância da Pátria e Sete de Abril (às quais logo se juntou a Razão de Cuiabá), a entidade possuía uma Constituição que previa que o Grande Oriente Brasileiro só seria instalado de fato quando existissem, pelo menos, três Grandes Orientes Provinciais.

Coisa que ocorreu logo depois, quando, ao Grande Oriente da Província do Rio de Janeiro, juntaram-se os de Pernambuco e de São Paulo. A primeira Loja da Província de São Paulo foi a Inteligência, de Porto Feliz, fundada em 19 de agosto de 1831, no Rito Moderno.

Homens de prestígio, como o senador e Grão-Mestre Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, o Grande Orador Joaquim José Rodrigues Torres (o Visconde de Itaboraí), e o padre e Grande Secretário Belchior Pinheiro de Oliveira estavam por trás da gerência da Grande Oriente do Passeio.

Como se tornar Maçom
O mausoléu de José Bonifácio, em Santos.
Palácio Maçônico do Lavradio
Painel do Aprendiz-Maçom, no Palácio Maçônico do Lavradio, que permanece conservado até hoje


Mas os remanescentes do antigo Grande Oriente Brasílico, ao verificar que, após o dia 7 de abril, havia um clima de maior liberdade, reuniram-se em outubro de 1831, e resolveram reinstalar os quadros das três primeiras Lojas Metropolitanas no 3o dia do 9o mês do Ano "da Verdadeira Luz" de 5831, ou seja, 23 de novembro de 1831 "da Era Vulgar".

Com o intuito de manter tal Ato dentro da legalidade, os primeiros Oficiais do Brasílico reuniram-se com o corpo administrativo (juntamente com o primeiro Grão-Mestre nomeado - justamente José Bonifácio) e passaram a servir em regime provisório, até que fosse concluída a Constituição do Grande Oriente do Brasil.

No começo de 1832, com a assinatura de José Bonifácio, foi lançado um manifesto da entidade, dirigido às demais Potências maçônicas do mundo, contendo subsídios de extraordinária importância para a História do Brasil.

Intolerância contra Maçonaria
Dentre as campanhas intensificadas pelo Grande Oriente, podemos citar a abolição da escravatura, que gerou leis como a que foi criada pelo Visconde do Rio Branco que libertava os filhos dos escravos


Tendo estabelecido suas instalações no Palácio Maçônico do Lavradio, no Rio de Janeiro, a partir de 1842, e com Lojas em quase todas as províncias do Império, o Grande Oriente do Brasil rapidamente passou a ser participante ativo de todas as grandes conquistas sociais do povo brasileiro.

Com membros efetivos infiltrados em diversos segmentos formadores de opinião, como as Classes Liberais, o Jornalismo e as Forças Armadas - mais precisamente, o Exército -, o Grande Oriente intensificaria ainda mais sua presença ans mais diversas campanhas sociais e cívicas da nação ao longo de todo o resto do século XIX.

Entre estas, destaca-se o movimento que visava a abolição da escravatura negra e que gerou leis que foram, paulatinamente, abatendo o escravismo, como a Lei Euzébio de Queiroz, de 1850 - que exinguia o tráfico de escravos - e a Lei Visconde do Rio Branco de 1871 - que libertou os filhos dos escravos que nasceram daí em diante.

Tanto Euzébio de Queiroz quanto o Visconde do Rio Branco, naturalmente, eram membros bem graduados da Maçonaria. O primeiro era membro do Supremo Conselho do 33o Grau, enquanto que o segundo como chefe de Gabinete Ministerial, era Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil.

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GOB - Grande Oriente do Brasil

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