Lojas Estaduais da Maçonaria

Getúlio Vargas MaçonariaGolpe de 64

A Maçonaria reconhece que o Brasil viveu uma ditadura durante o primeiro mandato de Getúlio Vargas. Mais tarde, a entidade desempenhou um papel importante na revolução de 1964.

O fortalecimento das Lojas Estaduais 


Em 1927, uma cisão no Grande Oriente do Brasil acabou fortalecendo momentaneamente as Grandes Lojas Estaduais brasileiras.

Desde 1854 (e até 1 951 ), o Grande Oriente agia como uma "Potência Mista", pois adotava o nome de "Supremo Conselho e Grande Oriente do Brasil", sendo que seu Grão-Mestre exercia a chefia da Maçonaria Simbólica assim como o comando dos "altos graus", como "Soberano Grande Comendador" do Supremo Conselho do Rito Escocês.

Tudo começou quando Mário Marinho de Carvalho Behring (Mário Behring), Grão-Mestre e Soberano Grande Comendador durante o período 1922-1925, renunciou ao final de seu mandato, mas declarou que se manteria como Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho.

Dessa forma, Vicente Neiva foi eleito Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, tendo como adjunto Fonseca Hermes. Mas Neiva faleceu (em 18 de fevereiro de 1926) antes que pudesse resolver o problema criado por Behring, e Hermes acabou assumindo o Grão-Mestrado.

Lojas estaduais na maçonaria
Sede do Grande Oriente do Brasil erguida em Brasília, em 1978


Como era muito amigo de Behring, Hermes acabou assinando um tratado em 22 de outubro de 1926, no qual reconhecia a independéncia do Supremo Conselho. Porém, em 21 de março de 1927, Octávio Kelly acabou empossado como Grão-Mestre Adjunto e mais tarde (precisamente no dia 6 de junho), Fonseca Hermes foi forçado a renunciar e entregar o Grão-Mestrado para Kelly.

Sabendo que este último não via com bons olhos a sua situação, Mário Behring se reuniu com 33 membros do Supremo Conselho e, em 17 de junho de 1927, declarou-o rompido com o Grande
Oriente do Brasil.

E para dar suporte ao Supremo Conselho, Behring estimulou a criação de Grandes Lojas estaduais — que já vinham sendo montadas na encolha —, outorgando-lhes Cartas Constitutivas. Dessa leva
surgiram as Grandes Lojas da Bahia (fundada em 22 de maio de 1927), do Rio de Janeiro (que foi aberta em 18 de junho de 1927) e de São Paulo (surgida em 2 de julho de 1927).

Essas Grandes Lojas estaduais existem até hoje, funcionando como Obediências estaduais independentes. Todas elas estão reunidas numa entidade denominada Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), cuja presidência é exercida em rodízio anual pelos Grão-Mestres
das várias Lojas estaduais.

Maçonaria e a História do Brasil

Mesmo assim, o Grande Oriente do Brasil continuou na linha de frente quando era necessário interferir em questões como a anistia para presos políticos durante os
períodos de exceção e a luta pela redemocratização do país — isso porque a Maçonaria reconhecia que o Brasil viveu uma verdadeira ditadura entre 1943 e 1945 , período do Estado Novo de Getúlio Vargas.

O Grande Oriente ainda colaborou na divulgação da doutrina democrática dos aliados durante a 2ª Grande Guerra (1939 - 1945)– no que recebeu o apoio das Obediências Maçônicas europeias.

Em 23 de maio de 1951, entrou em vigor uma nova Constituição da entidade, que determinou que, a partir de então, ela seria, exclusivamente, urna Potência Maçônica Simbólica, física e administrativamente independente do Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito e das dentais Oficinas Chefes de Ritos.

Os anos se passaram e o Grande Oriente Brasil continuou a se envolver com as causas nacionais. Em 1964, a entidade desempenhou um papel importante no movimento que aparentemente pretendia promover a escalada da extrema-esquerda no pais.

Numa tomada de consciência, a instituição fez tuna reflexão e acabou ajudando no combate ao posterior desvirtuamento desse movimento – que gerou um regime ditatorial que se estendeu por tempo demais – lutando pela anistia daqueles que foram atingidos por esse movimento e se empenhando na volta das eleições diretas para presidente da república. No meio desse período de governo totalitário no Brasil, a Maçonaria nacional também passou por um período de mudanças estruturais e cisões, muito por conta de anseios de independência.

Em 1973, surgiram os Grandes Orientes estaduais independentes, que tinham em comum o fato de terem se voltado contra o resultado das eleições para o Grão-Mestrado Geral e resolveram se rebelar.

Num primeiro momento, muitas dessas unidades aderiram ao boicote, mas aos poucos muitas das Lojas rebeldes acabaram voltando à Obediência do Grande Oriente do Brasil.

Em 1983, o Grande Oriente voltou seus olhos para a juventude quando criou a sua maior obra social; a Ação Paramaçônica Juvenil. O projeto visava aperfeiçoar, física e intelectualmente, jovens de todo o Brasil, filhos ou não de maçons.

O que é maçonaria
Bandeira da Ação Paramaçônica Juvenil


Tal tipo de ação pôde ser facilmente articulada depois que a Ordem se instalou em Brasília em 1978 (momento em que muitas das reclamações da Ordem quanto à estrutura de poder no Grande Oriente do Brasil caíram por terra) e reuniu um patrimônio considerável.

Além da sede principal — que ocupa um edifício com 7.800 metros quadrados de área construída — a Maçonaria brasileira possui hoje, aproximadamente, 2.500 Lojas e cerca de 100.000 obreiros ativos. Reconhecido por mais de 200 Obediências regulares do planeta, o Grande Oriente do Brasil é, hoje, a maior Obediência Maçônica do mundo latino e reconhecida como legítima pela Grande Loja Unida da Inglaterra, de acordo com os termos do Tratado de 1935.

Unidades Independentes Maçônicas

Apesar da hegemonia do Grande Oriente do Brasil, ainda existem hoje em dia centenas de Lojas agrupadas nos Grandes Orientes independentes organizados em grande parte dos Estados brasileiros.

Cada uma delas mantém a sua independência em relação às decisões das outras unidades, mas mesmo assim elas acabaram constituindo ma entidade para representá-las nacionalmente: a Confederação Maçônica Brasileira (COMAB, antigo Colégio de Grão-Mestres), que é presidida em rodízio anual pelos Grãos-Mestres dos diversos Grandes Orientes independentes.


Maçonaria no Ceará
Sede do Grande Oriente do Brasil no Ceará


Nos últimos dez anos, assistimos ao surgimento das Grandes Lojas Unidas, que, embrionárias, só possuem unidades em nove estados brasileiros.

Sua estrutura é a mesma das Grandes Lojas Estaduais e dos Grandes ORientes Independentes, e sua grande entidade nacional é a COMUB (Confederação da Maçonaria Universal Unida do Brasil), fundada em 28 de julho de 2002 na idade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no Templo Palácio da união Maçônica.

Escudo da COMUB
COMUB -  escudo da Confederação da Maçonaria Universal Unida do Brasil


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