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Sumário do Maçonaria Brasil

  1. Maçonaria: o que é? Para que serve ? Qual propósito dos Maçons?
  2. Origem e História da Maçonaria
  3. Loja - O que é ? Como funciona ?
  4. A maçonaria no Brasil Imperial
  5. Intolerância, Preconceito e Proibição da Maçonaria
  6. O Grande Oriente do Brasil (GOB)
  7. Maçonaria no Brasil República
  8. Lojas Estaduais

Lojas Estaduais da Maçonaria

Getúlio Vargas MaçonariaGolpe de 64

A Maçonaria reconhece que o Brasil viveu uma ditadura durante o primeiro mandato de Getúlio Vargas. Mais tarde, a entidade desempenhou um papel importante na revolução de 1964.

O fortalecimento das Lojas Estaduais 


Em 1927, uma cisão no Grande Oriente do Brasil acabou fortalecendo momentaneamente as Grandes Lojas Estaduais brasileiras.

Desde 1854 (e até 1 951 ), o Grande Oriente agia como uma "Potência Mista", pois adotava o nome de "Supremo Conselho e Grande Oriente do Brasil", sendo que seu Grão-Mestre exercia a chefia da Maçonaria Simbólica assim como o comando dos "altos graus", como "Soberano Grande Comendador" do Supremo Conselho do Rito Escocês.

Tudo começou quando Mário Marinho de Carvalho Behring (Mário Behring), Grão-Mestre e Soberano Grande Comendador durante o período 1922-1925, renunciou ao final de seu mandato, mas declarou que se manteria como Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho.

Dessa forma, Vicente Neiva foi eleito Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, tendo como adjunto Fonseca Hermes. Mas Neiva faleceu (em 18 de fevereiro de 1926) antes que pudesse resolver o problema criado por Behring, e Hermes acabou assumindo o Grão-Mestrado.

Lojas estaduais na maçonaria
Sede do Grande Oriente do Brasil erguida em Brasília, em 1978


Como era muito amigo de Behring, Hermes acabou assinando um tratado em 22 de outubro de 1926, no qual reconhecia a independéncia do Supremo Conselho. Porém, em 21 de março de 1927, Octávio Kelly acabou empossado como Grão-Mestre Adjunto e mais tarde (precisamente no dia 6 de junho), Fonseca Hermes foi forçado a renunciar e entregar o Grão-Mestrado para Kelly.

Sabendo que este último não via com bons olhos a sua situação, Mário Behring se reuniu com 33 membros do Supremo Conselho e, em 17 de junho de 1927, declarou-o rompido com o Grande
Oriente do Brasil.

E para dar suporte ao Supremo Conselho, Behring estimulou a criação de Grandes Lojas estaduais — que já vinham sendo montadas na encolha —, outorgando-lhes Cartas Constitutivas. Dessa leva
surgiram as Grandes Lojas da Bahia (fundada em 22 de maio de 1927), do Rio de Janeiro (que foi aberta em 18 de junho de 1927) e de São Paulo (surgida em 2 de julho de 1927).

Essas Grandes Lojas estaduais existem até hoje, funcionando como Obediências estaduais independentes. Todas elas estão reunidas numa entidade denominada Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), cuja presidência é exercida em rodízio anual pelos Grão-Mestres
das várias Lojas estaduais.

Maçonaria e a História do Brasil

Mesmo assim, o Grande Oriente do Brasil continuou na linha de frente quando era necessário interferir em questões como a anistia para presos políticos durante os
períodos de exceção e a luta pela redemocratização do país — isso porque a Maçonaria reconhecia que o Brasil viveu uma verdadeira ditadura entre 1943 e 1945 , período do Estado Novo de Getúlio Vargas.

O Grande Oriente ainda colaborou na divulgação da doutrina democrática dos aliados durante a 2ª Grande Guerra (1939 - 1945)– no que recebeu o apoio das Obediências Maçônicas europeias.

Em 23 de maio de 1951, entrou em vigor uma nova Constituição da entidade, que determinou que, a partir de então, ela seria, exclusivamente, urna Potência Maçônica Simbólica, física e administrativamente independente do Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito e das dentais Oficinas Chefes de Ritos.

Os anos se passaram e o Grande Oriente Brasil continuou a se envolver com as causas nacionais. Em 1964, a entidade desempenhou um papel importante no movimento que aparentemente pretendia promover a escalada da extrema-esquerda no pais.

Numa tomada de consciência, a instituição fez tuna reflexão e acabou ajudando no combate ao posterior desvirtuamento desse movimento – que gerou um regime ditatorial que se estendeu por tempo demais – lutando pela anistia daqueles que foram atingidos por esse movimento e se empenhando na volta das eleições diretas para presidente da república. No meio desse período de governo totalitário no Brasil, a Maçonaria nacional também passou por um período de mudanças estruturais e cisões, muito por conta de anseios de independência.

Em 1973, surgiram os Grandes Orientes estaduais independentes, que tinham em comum o fato de terem se voltado contra o resultado das eleições para o Grão-Mestrado Geral e resolveram se rebelar.

Num primeiro momento, muitas dessas unidades aderiram ao boicote, mas aos poucos muitas das Lojas rebeldes acabaram voltando à Obediência do Grande Oriente do Brasil.

Em 1983, o Grande Oriente voltou seus olhos para a juventude quando criou a sua maior obra social; a Ação Paramaçônica Juvenil. O projeto visava aperfeiçoar, física e intelectualmente, jovens de todo o Brasil, filhos ou não de maçons.

O que é maçonaria
Bandeira da Ação Paramaçônica Juvenil


Tal tipo de ação pôde ser facilmente articulada depois que a Ordem se instalou em Brasília em 1978 (momento em que muitas das reclamações da Ordem quanto à estrutura de poder no Grande Oriente do Brasil caíram por terra) e reuniu um patrimônio considerável.

Além da sede principal — que ocupa um edifício com 7.800 metros quadrados de área construída — a Maçonaria brasileira possui hoje, aproximadamente, 2.500 Lojas e cerca de 100.000 obreiros ativos. Reconhecido por mais de 200 Obediências regulares do planeta, o Grande Oriente do Brasil é, hoje, a maior Obediência Maçônica do mundo latino e reconhecida como legítima pela Grande Loja Unida da Inglaterra, de acordo com os termos do Tratado de 1935.

Unidades Independentes Maçônicas

Apesar da hegemonia do Grande Oriente do Brasil, ainda existem hoje em dia centenas de Lojas agrupadas nos Grandes Orientes independentes organizados em grande parte dos Estados brasileiros.

Cada uma delas mantém a sua independência em relação às decisões das outras unidades, mas mesmo assim elas acabaram constituindo ma entidade para representá-las nacionalmente: a Confederação Maçônica Brasileira (COMAB, antigo Colégio de Grão-Mestres), que é presidida em rodízio anual pelos Grãos-Mestres dos diversos Grandes Orientes independentes.


Maçonaria no Ceará
Sede do Grande Oriente do Brasil no Ceará


Nos últimos dez anos, assistimos ao surgimento das Grandes Lojas Unidas, que, embrionárias, só possuem unidades em nove estados brasileiros.

Sua estrutura é a mesma das Grandes Lojas Estaduais e dos Grandes ORientes Independentes, e sua grande entidade nacional é a COMUB (Confederação da Maçonaria Universal Unida do Brasil), fundada em 28 de julho de 2002 na idade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no Templo Palácio da união Maçônica.

Escudo da COMUB
COMUB -  escudo da Confederação da Maçonaria Universal Unida do Brasil


Maçonaria no Brasil República

Brasil República

Num dado momento da segunda metade do século XIX, fruto de muitos conflitos intelectuais, dois corpos se firmaram, precisamente em 1863:
O Grande Oriente do Livradio
O grande Oriente dos Beneditinos

Estes dois Orientes voltaram a se unir, em 1873, por obra de uma "questão religiosa" como a Igreja Católica. Mais algo mais importante em jogo. Os republicanos  que começaram a se fazer notar nessa mesma época, simplesmente abominavam a ideia da instauração de um terceiro reinado no Brasil, que poderia nivelar o paísa com o atraso das demais nações da América do Sul.

A maçonaria, aproveitando o ensejo, promoveu uma intensa campanha de divulgação dos ideais da República, nas Lojas e nos Clubes Republicanos, que já haviam se espalhado por todo o país.

No momento da consolidação do movimento, quando a república foi efetivamente implantada, o fato é que havia um maçom que se valeu de seu imenso prestígio para liderar as tropas do Exército: o Marechal Deodoro da Fonseca, que viria a ser Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil.

História da Maçonaria - o que é?
Vários presidentes do Brasil que governaram o nosso país ao longo do período da República Velha foram maçons, como Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoro, Campos Sales e Nilo Peçanha


Ao longo do período conhecido como República Velha — que equivale aos quarenta primeiros anos do novo regime — a participação do Grande Oriente do Brasil nas grandes decisões do Governo foi mais do que efetiva.

Afinal de contas, vários presidentes da República, além de Deodoro, foram maçons, como o Marechal Floriano Peixoto Moraes, Manoel Ferraz de Campos Salles, o Marechal Hermes da Fonseca, Nilo Peçanha, Wenceslau Brás e Washington Luís Pereira de Souza. A colaboração com as Maçonarias de outros países também se intensificou nesse período.

Foi o que aconteceu no decorrer da 1ª Grande Guerra (1914 - 1918). O Grande Oriente do Brasil, desde 1916, defendia veementemente a entrada do Brasil no conflito através de seu Grão-Mestre, Almirante Veríssimo José da Costa.

Mas mesmo antes dessa entrada, que se deu em 1917, o Grande Oriente já enviava verbas para a Maçonaria Francesa com o intuito de socorrer as vítimas da guerra.

Presidentes na Maçonaria
Até mesmo os últimos presidentes da República Velha, Wenceslau Brás (abaixo) e Washington Luís (de cartola, acima), estavam ligados à Maçonaria
Presidentes do Brasil na maçonaria



O Grande Oriente do Brasil

Neste artigo, vamos dar sequência ao texto sobre Preconceito na Maçonaria, onde falamos que isso vem desde época do Brasil Império. Agora, vamos continuar explicando e falando sobre a GOB, Grande Oriente do Brasil.

As duas Obediências maçônicas (o Grande Oriente do Brasil e o Grande Oriente Brasileiro) vinham disputando a posição de legítima sucessora do Grande Oriente Brasílico. Porém, após muitas idas e vindas, o Grande Oriente Brasileiro ou do Passeio acabou sendo extinto em 1861, com a absorção de suas últimas Lojas pelo Grande Oriente do Brasil.

Uma Loja Maçônica no Brasil

Grande Oriente do Brasil

O que deixou a Maçonaria brasileira com apenas uma Obediência no território nacional, como se pode ver na ata a seguir:
"Á Gloria do Grande Architecto do Universo:

Aos vinte e oito dias do terceiro mez do Anno da Verdadeira Luz 58221, achando-se abertos os trabalhos da nossa Officina em o gráo de APrendiz e havendo descido do Oriente o irmão Graccho, Veneravel da Loja Commercio e Artes, única até este dia existente e regular no Rio de Janeiro e que nessa ocasião resumia o povo maçonico reunido para a inauguração e criação de um Grande Oriente Braziliano em toda a plenitude de seus poderes, foi por acclamação nomeado o irmão Graccho, que acaba de Veneravel, para presidente da sessão magna e extraordinaria naquella ocasião convocada para a eleição dos officiais da Grande Loja na conformidade do paragrafo-capitulo da parte Constituição jurada.

Pintura de Michelangelo - Maçonaria
O Grande Arquiteto do Universo na versão imortal de Michelangelo


Tomando assento no meio do quadro em uma mesa para esse fim preparada, na qual estavam o Evangelho, o Compasso, a Esquadria, a Constituição e uma urna, disse o irmão presidente que era mistér nomear um secretario e um escrutinador para a apuração dos votos na presente sessão. E sendo eleito o irmão Magalhães, que servira de primeiro Vigilante e o irmão Aníbal, que servira de segundo, aquelle para secretario e este para escrutinador, fez o Presidente ler os artigos da Constituição respeitantes a eleição e logo depois que o Presidente disse que se passasse a fazer a nomeação do Grão Mestre da Maçonaria brasileira, foi nomeado por acclamação o irmão José Bonifacio de Andrada.

Propos logo o irmão Presidente que se applaudisse tão distintica escolha com a triplica bateria e se despachasse ao novo eleito uma deputação a participar-lhe este successo e rogar-lhe seo comparecimento para prestar juramento de tão alto emprego.

Grão-Mestre do Grande Oriente
Malhete, Gládio e Faixa Maçônica de D. Pedro I, da época em que ele foi aclamado Grão-Mestre do Grande Oriente


Foram nomeados o irmão Diderot e irmão Demetrio, os quais voltaram dizendo o irmão Diderot que o Grão Mestre, por motivos de obrigação a que o chamava o seu emprego civil não podia comparecer, que acceitava o cargo com que a Loja o honrava e o agradecia, que protestava a todo o corpo maçonico brazileiro a mais cordial amizade e todos os serviços que lhe fossem possiveis.

Procedeu-se depois á nomeação do Delegado do Grão Mestre e se bem que a Constituição determinasse que fosse ella feita por votos, o mesmo povo dispensou o artigo fazendo a escolha por accalamação e foi, com effeito, acclamado o irmão Joaquim de Olveira Alvarez. Applaudiu-se a sua eleição e enviou-se-lhe uma deputação composta do irmão Turenne e do irmão Urtubie, a qual de volta participouque se achava na sala dos passos perdidos o irmão Grande Delegado. Saiu uma nova deputação de cinco membros dirigindo-lhe a palavra o irmão Diderot. Foi depois introduzido na Loja por baixo da abobada de aço e estrellada, prestando o seguinte juramente do ritual:

"Eu, F.:, de livre accordo e vontade na presença do Supr.: Arch.: do Universo, que le no meu coração e no de todo o Povo Maçon.: Brasil: aqui representado, juro não revelar o profano algum nem Maç.. deste ou de outro qualquer Or.: a palavra sagrada da Ord.: e a de Passe deste Or.:, assim como todos os segredos que são concernentes ao logar de Gr.: Delegado do Or.: Brasil>:, tanto nesta occasião como em outra qualquer, exceto ao meu futuro successor. 
Outrossim prometo preencher todas as obrigações do meu cargo conformando-me com a Constituição deste Or.: e com os regulamentos da Gr.: Loj.:, de uma maneira que possa promover o aumento e gloria deste Or.: e de todas as LLoj.: do seu circulo, e de empregar todos os meus esforços sempre que forem necessarios a bem de todos os maçons, e de sustentar a causa do Brazil quando compativel for com as minhas faculdades. E se trair e perjurar qualquer destas obrigações de novo me submetto ás penas dos meus ggr.: e ao desprezo e execração publica. Assim Deus me salve!"

Recebeu applausos, dirigiu a palavra a toda a Grande Assembléa e pediu que o dispensassem de assistir por mais tempo, porque deveres igualmente sagrados de seu emprego o chamavam á casa. Sahindo o Grande Delegado, procedeu-se por cedulas nominaes á eleição dos demais Oficiaes da Grande Loja e sahiram com maioria absoluta, para Primeiro Grande Vigilante o irmão Diderot, para Segundo Grande Vigilante o irmão Graccho, para Grande Orador o irmão Kant, para Grande Secretario o irmão Bolivar, Promotor o irmão Turenne, Chanceler o irmão Adamastor.

Independência do Brasil
Sessão do Conselho de Estados às vésperas da independência do Brasil, que reunia alguns maçons como José Clemente Pereira, Gonçalves Ledo e José Bonifácio - os três que estão em pé em primeiro plano, da esquerda para direita


Foram gradualmente applaudidas as suas nomeações e seguiram-se as nomeações dos Veneraveis das tres Lojas Metropolitanas que se devião igualmente erigir e foram eleitos os irmãos Brutus, Anibal e Democrito2.

Applaudiu-se a nomeação e em actosuccessivo prestou o Primeiro Grande Vigilante o juramento nas mãos do presidente e subindo ao trono, o deferiu a todos os outros Officiaes e Veneraveis. Mandando depois aos Officiaes da Gr.. Loj.: tomarem os seus logares, ordenou applausos de agradecimento a todos os OOff.: da preterita Loja Commercio e Artes pelos assiduos desvelos na causa da Maçonaria.

Proposto pelo irmão 1o Gr.: Vig.: para a proxima sessão o sorteamento dos membros e a designação dos Dignitarios das Lojas então criadas, o irmão ex-Orador pedindo a palavra ponderou que podia, pela sorte, ficar algumas das Lojas privada de Ilr.: que, pelo gráo, pudessem ser DDign.:, e portanto propunha que se fizesse o soteio por turmas dos ggr.: existentes, para que cada uma coubesse igual numero de Ilr.: graduados.

GOB - Grande Oriente do Brasil
Cidade de São Paulo em 1824, ano em que foi outorgada a primeira Constituição do Brasil Império


Porem o 1º Vig.: tomando a palavra, mostrou que era mais liberal sortear promiscuamente e deixar a cada uma das LLoj.: a nomeação dos seus DDign.:, para o que poderia ser eleito qualquer Ir.: de qualquer gr.:, dando-se deois o gr.. de Mestr.:, assim como na criação da Gr.. Loj.., sahindo GGr.: DDign>: Ilr.. MMestr.:, ipso facto hão de receber os altos ggr.: . E suposta a moção suficientemente discutida e posta a votos foi approvada a emenda e se decidiu que se procedesse da maneira indicada pelo ir.: 1º Gr.. Vig... Deste modo se deram por terminados os trabalhos desta sessão magna e extraordinaria ficando assim installada a Gr.. Lok.:, ordenando porém o ir: 1º Gr.: Vig.: que eu, Gr.: Secr.: da Gr.. Loj.: lavrasse e exarasse a presente acta, para perpetuo documento neste livro que deverá servir para as das Assembléas Geraes e igualmente da Gr.: Loj.:" (seguem-se as assinaturas)

(Os nomes citados no texto da Ata eram, em grande parte, nomes simbólicos. Dessa forma, Graccho era o capitão João Mendes Vianna, Diderot era o Joaquim Gonçalves Ledo, Kant era o cônego Januário da Cunha Barbosa, Bolivar era o capitão Manoel José Oliveira, Turenne era o coronel Francisco Luís Pereira da Nóbrega, Adamastor era Francisco das Chagas Ribeiro, Brutus era o majos Manoel dos Santos Portugal, Aníbal era o Major Albino dos Santos Pereira e Demócrito era o major-ajudante da Brigada de Marinha Pedro José Costa Barros. Também vale observar que o termo Grande Loja refere-se à Alta Administração do Grande Oriente.)

Pintura de Antônio Parreiras
Julgamento de Frei Caneca, como foi pintado por Antônio Parreiras

Maçonaria: Preconceito, Intolerância e Ignorância

Neste artigo de nosso portal Brasil Maçonaria, vamos falar de como o preconceito e intolerância estiveram presentes na história da maçonaria no Brasil desdes os mais primórdios anos de nosso império.

Maçonaria proibida no Brasil

Em 25 de março de 1823, o Apostolado aprovou o projeto da Constituição Brasileira. Porém, no dia 23 de julho, o Apostolado é violentamente fechado.

Enfim, o imperador estava determinado a impedir o surgimento de qualquer associação clandestina, já que em 20 de outubro, as sociedades secretas do Brasil foram proibidas, sob pena de morte ou exílio.

A coisa continuava complicada em 13 de janeiro de 1825, quando o Maçom e Frei Joaquim do Amor Divino Caneca foi fuzilado no Recife.

Preconceito na Maçonaria
O fuzilamento de Frei Caneca, no Recife, era um indício claro de que o certo às Sociedades Secretas no Brasil era intenso


As Lojas brasileiras permaneceram fechadas durante todo o resto do Primeiro Império e só ressurgiriam durante o movimento que levo o imperador a abdicar em favor de seu filho D. Pedro II, em 7 de abril de 1831 - quando partiu para retomar o trono português que estava em poder de seu irmão dom Miguel, e acabou sendo coroado D. Pedro IV de Portugal.

Antes disso, porém, deve ser registrado que, em 1828, foi fundada no Rio a primeira Loja sob o Rito Escocês Antigo Aceito, que hoje é seguido por mais de 90% da Maçonaria brasileira.

Porém, no que diz respeito ás manifestações mais importantes, a Maçonaria brasileira voltou à carga em 1830, com a criação do Grande Oriente Nacional Brasileir

o, também conhecido como Grande Oriente da Rua de Santo Antônio e, posteriormente, Grande Oriente do Passeio (nomes que se referiam aos locais onde a entidade se instalou, no Rio de Janeiro).

Este, efetivamente, só viria a ser instalado em 24 de junho de 1831, quando passou a se denominar apenas Grande Oriente Brasileiro.

Ignorância com Maçonaria
Preconceito com Maçonaria




















Nicolau Pereira de Campos Vergueiro (que mais tarde foi homenageado, dando nome à rua Senador Vergueiro no Rio de Janeiro) e José Clemente Pereira, uma das principais lideranças maçônicas na época da independência


Formada pelas Lojas União, Vigilância da Pátria e Sete de Abril (às quais logo se juntou a Razão de Cuiabá), a entidade possuía uma Constituição que previa que o Grande Oriente Brasileiro só seria instalado de fato quando existissem, pelo menos, três Grandes Orientes Provinciais.

Coisa que ocorreu logo depois, quando, ao Grande Oriente da Província do Rio de Janeiro, juntaram-se os de Pernambuco e de São Paulo. A primeira Loja da Província de São Paulo foi a Inteligência, de Porto Feliz, fundada em 19 de agosto de 1831, no Rito Moderno.

Homens de prestígio, como o senador e Grão-Mestre Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, o Grande Orador Joaquim José Rodrigues Torres (o Visconde de Itaboraí), e o padre e Grande Secretário Belchior Pinheiro de Oliveira estavam por trás da gerência da Grande Oriente do Passeio.

Como se tornar Maçom
O mausoléu de José Bonifácio, em Santos.
Palácio Maçônico do Lavradio
Painel do Aprendiz-Maçom, no Palácio Maçônico do Lavradio, que permanece conservado até hoje


Mas os remanescentes do antigo Grande Oriente Brasílico, ao verificar que, após o dia 7 de abril, havia um clima de maior liberdade, reuniram-se em outubro de 1831, e resolveram reinstalar os quadros das três primeiras Lojas Metropolitanas no 3o dia do 9o mês do Ano "da Verdadeira Luz" de 5831, ou seja, 23 de novembro de 1831 "da Era Vulgar".

Com o intuito de manter tal Ato dentro da legalidade, os primeiros Oficiais do Brasílico reuniram-se com o corpo administrativo (juntamente com o primeiro Grão-Mestre nomeado - justamente José Bonifácio) e passaram a servir em regime provisório, até que fosse concluída a Constituição do Grande Oriente do Brasil.

No começo de 1832, com a assinatura de José Bonifácio, foi lançado um manifesto da entidade, dirigido às demais Potências maçônicas do mundo, contendo subsídios de extraordinária importância para a História do Brasil.

Intolerância contra Maçonaria
Dentre as campanhas intensificadas pelo Grande Oriente, podemos citar a abolição da escravatura, que gerou leis como a que foi criada pelo Visconde do Rio Branco que libertava os filhos dos escravos


Tendo estabelecido suas instalações no Palácio Maçônico do Lavradio, no Rio de Janeiro, a partir de 1842, e com Lojas em quase todas as províncias do Império, o Grande Oriente do Brasil rapidamente passou a ser participante ativo de todas as grandes conquistas sociais do povo brasileiro.

Com membros efetivos infiltrados em diversos segmentos formadores de opinião, como as Classes Liberais, o Jornalismo e as Forças Armadas - mais precisamente, o Exército -, o Grande Oriente intensificaria ainda mais sua presença ans mais diversas campanhas sociais e cívicas da nação ao longo de todo o resto do século XIX.

Entre estas, destaca-se o movimento que visava a abolição da escravatura negra e que gerou leis que foram, paulatinamente, abatendo o escravismo, como a Lei Euzébio de Queiroz, de 1850 - que exinguia o tráfico de escravos - e a Lei Visconde do Rio Branco de 1871 - que libertou os filhos dos escravos que nasceram daí em diante.

Tanto Euzébio de Queiroz quanto o Visconde do Rio Branco, naturalmente, eram membros bem graduados da Maçonaria. O primeiro era membro do Supremo Conselho do 33o Grau, enquanto que o segundo como chefe de Gabinete Ministerial, era Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil.

Continue lendo:
GOB - Grande Oriente do Brasil

A Maçonaria no Império do brasileiro

Neste artigo de nosso portal Maçonaria Brasil, vamos falar do papel da maçonaria na época do Brasil Império.

O novo império e Maçonaria brasileira

Antes de 1822, como percebe-se, a Maçonaria no Brasil passou por inúmeras dificuldades. O fracasso da Revolução Pernambucana (Revolução dos Padres) de 1817 e a expedição do Alvará Régio de março de 1818 obrigaram as Lojas a cessa os seus trabalhos, até que pudessem ser reabertas sem perigo.

Maçonaria e Independência do Brasil
O príncipe D. Pedro I e José Bonifácio de Andrada e Silva foram iniciados na Maçonaria no mesmo ano, 1822, alguns meses antes do grito de independência do Brasil


Os maçons, contudo, continuaram a trabalhar, em segredo, no Clube de Resistência, que havia sido fundado por José Joaquim da Rocha, em sua própria casa, na rua da Ajuda.

A Loja Commercio e Artes (que passou a adotar o título distintivo de "Commercio e Artes na Idade do Ouro") foi reaberta em 24 de junho 1821, depois que ficou constatado na "ata da sessão de reinstalação" que todos os seus livros haviam sido queimados, e (no dia 17 de junho de 1822) acabou sendo dividida em três Lojas: a União e Tranqüilidade, a Esperança de Niterói, além dela mesma.

No dia 10 de março de 1822, seguindo uma indicação de Domingos Alves Branco, a Commercio e Artes conferiu ao Príncipe D. Pedro o título de "Protetor e Defensor Perpétuo do Brasil".

Aquele que se tornaria, historicamente, o braço direito do futuro monarca, José Bonifácio de Andrada e Silva, foi iniciado na Maçonaria em 26 de maio. Cinco dias antes, em plena sessão da Corte portuguesa, o Maçom Monsenhor Muniz Tavares afirmou que "talvez os brasileiros devessem declarar sua independência de uma vez".

No dia 2 de junho, junto com outros maçons, José Bonifácio fundou a Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz, uma sociedade secreta que era mais conhecida como Apostolado.

D. Pedro fazia parte do grupo e detinha o título de Arconte-Rei. A 5 de agosto, com a dispensa do interstício, D. Pedro, vendo-se cercado por todos os lados por maçons que constituíam a elite pensante e econômica da época, é exaltado ao grau de Mestre Maçon do Grande Oriente (quando adotou o "nome heróico" de "Guatimozim" - nome do último imperador azteca morto por Cortez, no México, em 1522).

O agitado período de transição do Brasil para país independente seria de intensas lutas pelo poder, que acabariam envolvendo o Grande Oriente.

Grão-Mestrado: Gonçalves Ledo e Bonifácio

Dois grupos que integravam a entidade tentava conquistar a confiança do príncipe regente D. Pedro (que seria o imperador), com o intuito de comandar a jovem nação independente: o do Grão-Mestre José Bonifácio, ministro todo-poderoso do Reino de Estrangeiros e figura internacionalmente conhecida, e o do primeiro Grande Vigilante, Joaquim Gonçalves Ledo, político fluminense que embora fosse reconhecido como a maior liderança maçônica da época (ao lado de gente como José Clemente Pereira - que se tornaria Grande Orador - e do cônego Januário da Cunha Barbosa), não tinha o prestígio nacional e internacional de Bonifácio.

Grão-Mestrado: Bonifácio
Depois da proclamação da independência, em 7 de setembro de 1822, Ledo, numa manobra política, conseguiu destituir Bonifácio do Grão-Mestrado

Logo depois da proclamação da independência (em 7 de setembro de 1822), Ledo, numa manobra política, conseguiu destituir Bonifácio do Grão-Mestrado e empossou o próprio D. Pedro no cargo em 4 de outubro de 1822.

Independência do Brasil e Maçonaria
O movimento de independência do Brasil acabou levando Gonçalves Ledo (acima) a empossar D. Pedro I como Grão-Mestre do Grande Oriente, destituindo José Bonifácio do cargo

O troco se daria no terreno policio, quando Bonifácio mostrou ao imperador a luta da independência exigia um período de calmaria política interna, coisa que não era exatamente respeitado pelo grupo adversário, que fazia exigência descabidas a D. Pedro  (como o juramento prévio de Pedro á Constituição ainda não votada e aprovada, e a assinatura de três papéis em branco) e punha em funcionamento uma rede de intrigas, fatores que poderiam minar a luta externa.

Diante disso, enquanto José Bonifácio processava o grupo de Ledo, D. Pedro determinou não só o fechamento "temporário" do Grande Oriente - "primo como Imperador, secundo como G.M." - em 21 de outubro, como também o encerramento das atividades maçônicas quatro dias depois.

Vários maçons foram presos, mas Ledo conseguiu fugir para a Argentina.

A carta enviada por D. Pedro,a Joaquim Gonçalves Ledo, de 21 de outubro, trazia o seguinte conteúdo:

Meu Ledo:
C"onvindo fazer certas, averiguações tanto públicas como particulares na M.: mando primo como Imperador, secundo como G.M.: que os trabalhos se suspendam até segunda ordem Minha. É o que tenho a participar-vos agora. Resta-me reiterar os meus protestos como I.: Pedro Guatimozin G.: M.: - S. Cristóvão, 21 Obro, 1822. PS --- 
hoje mesmo deve ter execução e espero que dure pouco tempo a suspensão porque em breve conseguiremos o fim que deve resultar das averiguações."

Ledo, no entando, não cumpriu a rodem, e optou por entrar em acordo com o Grão-Mestre, que talvez reconhecendo que havia uma decisão precipitada, enviou a seguinte missiva para seu primeiro Grande Vigilante, em 25 de outubro:

Tendo sido outro dia suspendidos nossos augustos trabalhos, pelos motivos que vos participei, e achando-se hoje concluídas as averiguações, vos faço saber que segunda feira que vem os nossos trabalhos devem recobrar o seu antigo vigor, começando a abertura pela G.: L.: em assembléa geral.

É o que por ora tenho a participar-vos, para que passando as ordens necessárias assim o executeis. Queira o S.:A.: do U.: dar-vos fortunas imensas como vos deseja o vosso I.:P.:M.:R. (N. da R.: IRmão Pedro Maçom Rosa-Cruz, considerando-se que Rosa-Cruz é o sétimo grau do Rito Francês ou Moderno, no qual funcionava o Grande Oriente Brasílico).

O que faz a Maçonaria
Alegoria do juramento da Constituição de 1824, onde D. Pedro I salva a índia, que representa o Brasil, da emaça do absolutismo, em ilustração da época

Maçonaria no Brasil - Como Começou ? História e Origem

Agora que aprendemos melhor um pouco da História da Maçonaria, o que é, como funciona, seu propósito, as lojas, hierarquia etc, vamos entender melhor como ela se iniciou no Brasil, qual sua história e origem em nosso país.

A origem da Maçonaria no Brasil
Teriam sido as ideias liberais trazidas pela Revolução Francesa indiretamente responsáveis pela introdução da doutrina maçônica no Brasil? Veja a seguir como a Maçonaria esteve por trás dos mais diversos momentos de nossa história, da independência à abertura política dos anos 80

A Origem da Maçonaria no Brasil

A Maçonaria está presente em nossa história desde o tempo do Brasil Colônia, tendo sido incorporada, a princípio, por alguns revolucionários da Inconfidência Mineira e da Conjuração Baiana no final do século XVIII.

Sua força política se fez sentir quando ela assumiu os ideais do liberalismo anticolonialista, posição avançada que sustentou os movimentos que levaram à independência do Brasil.

Na medida em que o Estado Brasileiro ia se consolidando, suas influência cresceu a olhos vistos.
Tanto que a história do Brasil Império se confunde com a história da própria Maçonaria, que absorveu não só os Andradas do Primeiro Reinado como também as principais lideranças do Segundo.

A história da Maçonaria
Pode-se dizer que foi com a Chegada da Família Real ao brasil que as portas do país se abriram de vez para a criação de lojas maçônicas, muito embora elas já existissem algum tempo antes por aqui.


Apesar de só ter ganho sua primeira obediência em 1822, a Maçonaria brasileira teve início em 1797, com a Loja Cavaleiros da Luz, criada no povoado de Barra, em Salvador, Bahia.

Maçonaria na Bahia
Foi em Salvador, Bahia, que a Maçonaria brasileira teve início, com a criação da Loja Cavaleiros da Luz, em 1797


A capital da colônia, no entanto, só abraçaria o movimento em 1800/1801, quando maçons portugueses fundaram no Rio de Janeiro a Loja União, que mais tarde passou a ser chamada de Reunião pelo fato de outros maçons a ela terem se filiado.

Com o passar desses primeiros anos do século XIX, o movimento só fazia crescer. Em 1802, foi instalada na Bahia a Loja Virtude e Razão (que ressurgiria em 3 de março de 1807 como Loja Virtude e Razão Restaurada), da qual saíram, em 1807, a Loja humanidade e, em 1813, a Loja União.

Em 1809, o Príncipe Regente D. João recebeu uma longa lista de nomes de maçons para serem presos, e reagiu dizendo que "foram estes que me salvaram". Mas não havia dúvida de que o movimento Maçônico no Brasil estava cada vez mais envolvido com causas políticas, insurreições e revoltas, o que irritava bastante Portugal.

Em 1809, foi fundada uma Loja em Pernambuco da qual fizeram parte os padres Miguel Joaquim de Almeida e Castro, João Ribeiro Peixoto e Luiz José Cavalcante Lins.
Esta Loja já tinha intenções puramente políticas.

História da Maçonaria no Brasil
Em 1809, foi fundada uma Loja em Pernambuco da qual fizeram parte os padres Miguel Joaquim de Almeida e Castro, João Ribeiro Peixoto e Luiz José Cavalcante Lins.

Tal ideologia se disseminou com tanta força na região que, em 1816, já havia uma Grande Loja provincial reunindo as Lojas Pernambuco do Oriente, Pernambuco do Ocidente, Restauração e Patriotismo e Guatimozim.

A Loja Distintiva, fundada em São Gonçalo (RJ) em 1812, por sua vez, era explicitamente republicana e revolucionária.

Esta valia-se de sinais, toques e palavras diferentes da outras Lojas, e tinha como emblema um índio vendado e preso com grilhões.

Denunciada, ela logo acabou sendo dissolvida. Seus arquivos, posteriormente, foram lançados ao mar, na altura da ilha dos Ratos.

A História da Maçonaria no Brasil

O ano de 1821 havia começado para D. João VI da mesma forma que o de 1807. O Grande Oriente Lusitano o havia levado, quinze anos antes, a transferir a sede do governo monárquico português para o Rio de Janeiro.

Quinze anos depois, esse mesmo grande Oriente o obrigaria a voltar para Lisboa. Com a ausência do monarca, quem passaria a representá-lo em nosso país seria seu filho, D. Pedro.

A Sucessão de acontecimentos acabou levando à criação, em 17 de junho de 1822, da primeira Obediência maçônica do Brasil, o Grande Oriente Brasílico (ou Brasiliano) com a finalidade principal de lutar pela independência política do Brasil.

Para que fosse fundado o Grande Oriente, a Loja Commercio e Artes (criada em 12 de dezembro de 1815, na residência do Dr. João José Bahia) teve importância fundamental, pois reunia estudantes brasileiros que haviam retornado da Universidade de Coimbra (Portugal), onde haviam sido iniciados maçons, e comprometidos radicalmente com a luta pela independência da províncias ultramarinas de Portugal na América do Sul - ou seja, o Reino do Brasil.

Início da Maçonaria no Brasil
A Universidade de Coimbra foi fundamental para a Maçonaria no Brasil, pois iniciou maçons estudantes brasileiros que, ao voltarem para cá, ajudaram a criar a primeira obediência maçônica em nosso território, o Grande Oriente Brasílico


O Grande Oriente Brasílico foi, praticamente, uma entidade política, que se dedicou, com afinco, à luta pela independência do Brasil, mas que posteriormente se extinguiria devido a disputas políticas pelo poder.

Tal embate, teoricamente incompatível com a doutrina maçônica, foi alvo de críticas, mas a luta pela independência do Brasil justificava qualquer tipo de atitude e permanece, até hoje, como o grande marco da história da maçonaria brasileira.

Efetivamente, quando foi criado, o Grande Oriente tinha como objetivo principal engajar a Maçonaria, com Instituição, na luta plea independência do Brasil e tal determinação, inclusive, consta de forma explícita nas atas das primeiras reuniões da Obediência.

O que é Maçonaria
O lema da Revolução Francesa; "Liberdade, igualdade e fraternidade" também faz parte dos preceitos da maçonaria. Acima, a pintura, A liberdade guiando o povo, da Eugène Delacroix de 1830


Tanto que ela só admitia a iniciação ou filiação em suas Lojas de pessoas se comprometessem com tal ideal.

EM 30 de março de 1818, o Alvará Régio de D. João VI proibiu "todas e quaisquer SOciedades Secretas, de qualquer Denominação que ellas sejam".

Apesar de defender os maçons, D. João não teve como emitir o Alvará Régio de 1818, no qual proibia "quasquer Sociedades Secretas", dado que o Grande Oriente defendia abertamente a independência do Brasil e movimentos de caráter republicano


Afinal de contas, esses tipos de organizações tinham o poder de gerar movimentos regionais nacionalistas, que mesmo empenhados em obter a independência do Brasil, possuíam caráter geralmente republicano, e não podiam, naturalmente, agradar à Coroa.

A íntegra do documento (aqui transcrito com a ortografia da época) deixa bem claro as intenções da corte:
"Eu EL-Rei faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem:
Sou servidor Declarar por Criminosas e Prohibidas todas e quaesquer Sociedades Secretas, de qualquer Denominação que ellas sejam; ou com os nomes e formas já conhecidas, ou debaixo de qualquer nome ou forma, que de novo se disponha ou imagine: pois que todas e quaesquer deverão ser consideradas, de agora em diante, como feitas para Conselho e Confederação contra o Rei e contra o Estado.
Pelo que Ordeno que todos aquelles, que forem comprehendidos em ir assistir em Lojas, Clubs, Comités ou qualquer outro ajuntamento de Sociedade Secreta; aquelles que para as ditas Lojas, ou Clubs, ou Ajuntamentos convocarem a outros; e aquelles que assistirem à entrada ou recepção de algum Socio, ou ella seja com juramento ou sem elle; fiquem incursos na penas da Ordenação livro V, tit. VI e $$ 5 e 9, as quaes penas lhes serão impostas pelo Juizes, e pelas formas e processo estabelecidos nas Leis para punir os Réos de Lesa-Magestade.
Nas mesmas penas incorrerão os que forem Chefes ou Membros da mesmas Sociedades, qualquer que seja a denominação que tiverem, em se provando que fizeram qualquer acto, pesuasão ou convite de palavra ou por escrito, para estabelecer de novo, ou para renovar, ou para fazer permanecer qualquer das ditas Sociedades, Lojas, Clubs ou Comités dentro dos Meus Reinos e seus Dominios; ou para a correspondência com outros fora delles: ainda que sejão factos practicados individualmente, e não em Associação de Lojas, Clubs ou Comités.
Nos outros cassos serão as penas moderadas a arbitrio dos Juízes na forma adiante declarada.
As Casas, em que congregarem, serão confiscadas, salvo provando os seus proprietarios que não souberão, nem podiam saber que ae sse fim de destinavão.
As medalhas, sellos, symbolos, estampas, .livros, cathecismos ou instrucções, impressos ou manuscriptos, não poderão mais publicar-se, nem fazer d'elles uso algum, despacharem-se nas Alfandegas, venderem-se, darem-se, emprestarem-se, ou de qualquer maneira passarem de uma a outra pessoa, não sendo para immediata entrega ao Magistrado, debaixo da pena de Degredo para hum Presidio, de quatro até dez annos de tempo, conforme a gravidade da culpa e circumstancias della.
Ordeno outrossim que n'este crime, como excepto, não se admitta privilegio, isenção ou concessão alguma, ou seja de FOro, ou de Pessoa, ainda que sejão dos privilegios incorporados em Diretos, os os Réos sejão Nacionaes ou Estrangeiros, Habitantes do Reino e Dominios, e que assim abusarem da hospitalidade que recebem; nem possa haver Seguro, Fiança, Homenagem, ou Fieis Carcereiros sem minha Especial Authoridade.
E os Ouvidores, Corregedores, e Justiças Ordinarias todos os annos devessarão deste Crime na Devasse geral. E constando-lhes que se fez Loja, se convidão ou congregão taes Sociedades, procederão logo á Devassa especial e á apprehensão e confisco, remettendo os que forem Reós e a culpa á Relação do Discricto, ou ao Tribunal competente; e a copia dos Autos será tambem remettida á minha Real Presenção.
E este se cumprirão tão inteiramente como nelle se contém, sem embargo de quaesquer Leis ou Ordens em contrario, que para este effeito Hei por derrogadas, como se dellas se fizesse expressa menção..."

O que faz a Maçonaria
O fracasso de movimentos como a Revolução Pernambucana de 1817 obrigaram as lojas maçônicas a interromper os seus trabalhos.

Loja da Maçonaria: O que é? Como funciona ?

Agora que já falamos sobre a História e Origem da Maçonaria, vamos falar de outro importante conceito: as obediências, também conhecidas como lojas.

Obediências Maçônicas

As assim chamadas Obediências (sejam grande Oriente, Granje Loja ou Ordem), são entidades autônomas, regulares e soberanas que congregam as Lojas Simbólicas.

O nome Obediência Maçônica é um indício de qu existe uma jurisdição consentida de uma entidade que detém o poder de coordenação sobre seus membros e a sua Loja.

Por isso, quando não há uma identificação de princípios e valores entre os Mestres Maçons ou a Loja, estes mesmos membros ganham liberdade para mudar de Obediência ou até de criar novos projetos.

Para transmitir os ensinamentos e organizar as cerimônias, os maçons se valem dos Ritos, que vêm a ser um conjunto de procedimentos ritualísticos.

O que é uma Loja Maçônica
James ANderson foi um Grande Oficial da Loja de Londres em Wesdtminster e escreveu a história de Maçons, que foi publicada em 1723 como a Constituição dos Maçons Livres ou a Constituição de Anderson


Os Ritos da Maçonaria no Brasil

Dentre os principais que são praticados no Brasil, podemos destacar os seguintes:
  • Rito escocês Antigo e Aceito
  • Rito de York
  • Rito de Schrôder
  • Rito Moderno
  • Rito Brasileiro
  • Rito Adonhiramita

As Lojas da Maçonaria

Apesar de não haver imposições, cada Loja está liberada para adotar o seu próprio Rito específico, contanto que esteja reconhecido pelo Grande Oriente.

Nas Grandes Lojas, no entanto, existe uma certa unicidade nos Ritos. Os Altos Graus desses Ritos também fazem parte dos Órgãos centrais da Grande Loja.

É importante assinalar que, nas Grandes Lojas dos Estados Unidos da América (e do Brasil), a autoridade se estende apenas aos três primeiros graus, sendo que os Altos Graus são administrados pr Supremos Conselhos que fazem parte da sua estrutura interna.

Diabo e Baphomet Maçonaria
Reunião de Templários em torno do Baphomet, uma figura com chifres que representava o diabo, que gerou a crença de que o demônio é um ser chifrudo.

Estrutura e Hierarquia de uma Loja

Nas lojas, temos:
  • Venerável Mestre
  • Primeiro Vigilante
  • Segundo Vigilante
  • Orador
  • Secretário
  • Mestre de CErimônias
  • Tesoureiro
  • Guarda do Templo

Cada Loja Maçônica é composta pelo Venerável Mestre (que orienta as sessões), pelo Primeiro Vigilante (que cuida da organização e da disciplina) e pelo Segundo Vigilante (aquele que é responsável pela instrução dos aprendizes).

Abaixo do Orador, que reúne as conclusões, vem o Secretário, o responsável pela redação das atas e de sua conservação.

Temos ainda o Mestre de Cerimônias, que conduz os irmãos aos seus lugares.

O tesoureiro, que cuida da organização financeira da Loja.

O Guarda do Tempo, que zela pela entrada do mesmo.

História da Maçonaria
O grão-mestre templário Jacques DeMolay inspirou o Maçom Frank Sherman Land a fundar a Ordem DeMolay, na qual usou o nome como mártir e exemplo a ser seguido. No Brasil, ela ajudou a gerar grupos como o Capítulo Marechal Rondon

Maçonaria: O que é? Como surgiu? É religião? Qual História e Origem ?

Neste artigo inicial de nosso portal Maçonaria Brasil, vamos falar um pouco sobre as origens da Maçonaria, qual sua definição, o que é e um pouco de seu início no mundo e no Brasil.

Afinal, qual a definição de Maçonaria?

Em teoria, a Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista.

Filosófica porque trata da essência, das propriedades e dos efeitos das causas naturais, investigando as leis da Natureza e relacionando as primeiras bases da moral e da ética pura.

Filantrópica porque não visa lucro, posto que seus recursos se destinam ao bem estar do gênero humano, sem distinções.

Progressista porque não se prende a dogmas, prevenções ou superstições e não cria obstáculos no sentido da busca da verdade.

A Maçonaria prega a liberdade, a igualdade de direitos e obrigações, e a fraternidade.

Qual a origem da Maçonaria
Até hoje existem controvérsias em relação à origem da Maçonaria estar ligada aos Templários.
O que é fato é que ambas as ordens possuem várias coisas em comum.


Maçonaria é religião?

Muitos leigos se referem à Maçonaria como uma religião.
Na verdade, ela pode ser tida como uma instituição religiosa, pois reconhece a existência de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual dá o nome de Grande Arquiteto do Universo e prima pelo espiritualismo em contraposição ao materialismo.

Mesmo assim, ela não pode ser considerada uma religião, pois se define como uma sociedade que tem por objetivo unir os homens no sentido mais amplo e elevado do termo e, por isso admite pessoas de todos os credos religiosos em seus quadros.

A maçonaria, historicamente, discrimina as mulheres, e é composta principalmente por profissionais liberais, cuja iniciação se dá através de rituais como juramentos de fidelidade.
A moral, a fraternidade e a retidão são representadas, respectivamente, pelo livro sagrado, pel compasso e pelo quadro.

No dia a dia, os maçons se comunicam através de sinais secretos, senhas e cumprimentos especiais.

Nos últimos tempos, a crença de que a Maçonaria é ma sociedade secreta caiu por terra. Inclusive, as autoridades de vários países lhe conferem personalidade jurídica, e seus princípios vêm sendo cada vez mais difundidos em dicionários, enciclopédias e livros de história.

O único segredo que existe entre seus membros são os meios por eles usados para que se reconheçam em qualquer parte do mundo e como interpretam seus símbolos e os ensinamentos neles contidos.

Esquadro da Maçonaria
O compasso e o esquadro reunidos é a mais antiga e tradicional representação da Instituição Maçônica.
Trata-se do sinal distintivo do Venerável Mestre, pois representa, esotericamente, a "Justa Medida"


Maçonaria - Como começou ?

Na Inglaterra de meados do século XV, as lojas medievais de free masons ("pedreiros livres"), a princípio restritas a profissionais ligados a esse ofício (arquitetos e engenheiros), foram aos poucos se abrindo para a nobreza, burguesia e o clero.

Ao longo dos séculos XVI e XVII, os maçons que conservaram os ritos da doutrina tradicional de pedreiros, arquitetos e engenheiros foram aumentando em número, embora desenvolvessem sua própria visão das questões filosóficas, científicas e espirituais.

No início do século XVIII surgiu a franco-maçonaria moderna, que seguia o que James Anderson havia escrito no Livro das Constituições de 1723.

Esta obra exerceu uma influência decisiva no pensamento das sociedades modernas a nível internacional, e se difundiu, principalmente, nos países anglo-saxônicos.

Existem três níveis na hierarquia para a iniciação maçônica, que são desenvolvidos em lojas ou oficinas: aprendiz, companheiro e mestre.

Os maçons do quarto grau até o décimo quarto se desenvolvem em lojas de perfeição.
Os do décimo quinto ao décimo oitavo, em capítulos.
E os do décimo non ao trigésimo, em areópagos.

Apesar de não ter uma posição político-partidária ou religiosa definida, a maçonaria sempre atuou no campo político-ideológico.

A história da Maçonaria
As reuniões maçônicas, tradicionalmente, não tinham a participação de mulheres. Entre aqueles que delas participavam, reforçavam-se os conceitos de moral, fraternidade e retidão.


No próximo artigo, iremos aprender sobre as Lojas na Maçonaria